segunda-feira, março 19, 2007

Uma aula de engenharia para quem se diz engenheiro

Todos se referem a José Socrates como Engenheiro Sócrates. Julgo que se trata de um equivoco... um Engenheiro que se preze não mete tantas vezes o pé na argola como Sócrates. Vejamos por exemplo o caso do aeroporto da Ota. Todos sabemos que Portugal não precisa deste aeroporto, ainda por cima financiado da maneira que está a ser financiado, mas pronto este é um assunto de que falarei mais tarde.
Outro dia estava a ler um respeitavel jornal diário e reparei num exercicio que lá estava, pois bem, depois de o resolver tirei as minhas conclusões.
Meus caros, percebem alguma coisa de aeroportos, economias de escala, alta politica e governação de povos? Ai não percebem... pois fiquem sabendo que se querem perceber sigam o meu conselho. Peguem num lápis, numa régua, num compasso e abram em cima duma mesa um mapa do ACP. Depois de aberto o mapa procurem a localização de Salvaterra de Magos (sim aquela terrinha em que a presidente da CM é do Bloco e é corrupta!!) e depois, abaixo de Setúbal o sítio da Comporta. Agora usando a régua e o lápis unam os dois pontos. Essa linha intersecta a estrada de Vendas Novas ao Montijo e o caminho de ferro do Sul e Sueste, perto do Poceirão. Se marcarem o ponto médio da linha que traçaram terão a hipotética localização do hipotético aeroporto de Rio Frio. De seguida espetem nesse ponto a ponta seca do compasso e abram-no até atingir Sta. Atalaia e tracem uma circunferência. (área de influência do aeroporto).
Agora procurem, acima de Alenquer um aviãozinho preto. Aí se situa o também hipotético aeroporto da Ota. Com a mesma abertura do compasso piquem o aviãozinho e tracem uma circunferência. Contem agora quantos agregados populacionais caem dentro de cada círculo. No de Rio Frio não devem chegar a 10, todos pequenos e situados na periferia. No interior do círculo da Ota são aos montes. Já agora dentro do círculo da Ota reparem numa localidade denominada de Montejunto. Mesmo por cima dessa localidade está um triangulozinho preto com o número 666 ao lado, correspondente à altitude máxima de uma serra. Que tal? Este senãozinho no caso de uma aterragem falhada na pista ocidental obriga a aeronave a ganhar altitude para nascente impedindo o funcionamento da pista paralela. É cada subtileza...
No caso de Rio Frio além de Sto Estevão aparecem apenas, no enfiamento da linha 1ª que traçaram muito a norte, Benavente e Salvaterra de Magos. Para sul apenas praias.
Tracem agora, pelo centro do círculo envolvente da Ota, uma linha com orientação Norte-Sul e contem quantas e quais as povoações a sobrevoar. E se em vez dessa orientação usarem a da pista principal do aeroporto da Portela, verão que, em Rio Frio, os aviões passam entre Setúbal e o parque natural do Sado, mas os da Ota continuam a SOBREVOAR LISBOA.
Haveria muitas outras considerações a fazer, tais como, a natureza aluvionária dos terrenos, terraplanagens, expropriações, etc, etc, etc. Tal como, para não assustar, nada vos direi acerca das maiores ou menores dificuldades de acesso a cada um desses locais. Apenas vos farei notar que Rio Frio (bem perto de Lisboa) fica entre uma via férrea já existente e uma estrada que liga este local à ponte Vasco da Gama. Fica além disto entre o circuito do TGV que liga Lisboa a Badajoz. Quanto à Ota será necessário fazer tudo novo. E caro, ou melhor carissimo. Tudo, mas mesmo tudo. Entre uma enormissima ponte sobre o Tejo a uma auto-estrada de 45km.
Sendo um dos objectivos de um engenheiro modelar e optimizar projectos não acham que José Sócrates tirou o curso no aviário?
Só uma pergunta final... A quem pertencem os terrenos da Ota?