quarta-feira, dezembro 19, 2007

Carta aberta ao M.A.I


“O silêncio mata”



Exmo. Senhor Ministro da Administração Interna,


A Comissão Politica Concelhia da Juventude Popular do Porto, perante a onda de criminalidade verificada ao longo dos últimos meses, torna público o seguinte:

Como certamente estará informado, o assassínio de mais um segurança no Porto – 09/12/2007 – eleva para seis o número de mortes ligadas à noite Portuense, nos últimos quatro meses. Atendendo ao elevado número de execuções verificadas e, não menos importante, ao clima de insegurança que se começa a enraizar nos Portuenses, pretendemos que o Sr. Ministro faça uso das competências de que dispõe e tome medidas. Quando falamos em medidas, Senhor ministro, não nos referimos somente a mega operações pontuais e extremamente mediatizadas, como a operação “Noite Branca”, cujo resultado real é bastante reduzido. Referimo-nos sim, a medidas eficazes e de fundo, que permitam um contínuo e, acima de tudo, eficiente combate ao crime organizado.

Não nos contentamos com um relatório anual com estatísticas e gráficos muito trabalhados e remodelados, em que o Sr. Ministro faz questão de tranquilizar os cidadãos com o decréscimo de criminalidade. A verdade é que em situações limite, como acontece no Porto, o Exmo. Sr. Ministro demonstra uma total desvalorização do sucedido. Mais ainda, ao desvalorizar este tipo de crimes transmite uma imagem de fraqueza de autoridade do Estado, assim como de impunidade, que pode levar ao aumento deste tipo de crime em termos de actividade e território.

Provavelmente por ser um académico, desconhece os fenómenos criminais e a realidade deste tipo de situações privilegiando as estatísticas e os estudos. O que o Sr. Ministro demonstra não saber é que a mensagem de impunidade que transmite – derivada do seu silêncio – poderá acarretar danos irreversíveis no dia-a-dia dos Portuenses, assim como na Economia da Cidade – basta pensar no que poderá acontecer ao Turismo do Porto, caso estes crimes persistam.

Estando em causa um valor fundamental, consagrado Constitucionalmente, como a Segurança, a Juventude Popular do Porto pretende que o Sr. Ministro tome medidas no sentido do combate real ao crime organizado, extinguindo o actual clima de impunidade vigente na Cidade.


Porto, 18 de Dezembro de 2007


A Comissão Politica Concelhia da Juventude Popular do Porto