CINEMA
Iniciarei hoje duas colunas sobre cinema: uma sobre "filmes d'ontem" e outra sobre "filmes d'hoje", a primeira sobre clássicos do cinema, a segunda sobre filmes que se encontram ainda nas salas de cinema.
Filmes d'ontem 001
Um dos primeiros e certamente dos mais longos filmes de metáfora política estreados na década de 70, Novocento-1900 de 1976 é uma das maiores obras cinematográficas do realizador italiano Bernardo Bertolucci. Retratando quarenta e cinco anos de História, esta obra de cinco horas e duas partes é uma película e, visualmente compensadora. O filme presume que temos um conhecimento básico da História da Itália moderna e, de seguida, entrelaça os momentos chave das suas lutas sociais com os destinos de dois homens. A obra abre com cenas sangrentas no campo italiano, no final da II Guerra Mundial, mas a crónica recua até ao nascimento de dois importantes netos - do proprietário das vinhas (Burt Lancaster) e o outro de um dos seus feitores (Sterling Hayden). As crianças tornam-se amigos de infância mas, enquanto homens adultos, Alfredo (Robert De Niro) leva uma vida vazia, hedonística, graças ao seus recursos aristocráticos, enquanto Olmo (Gérard Depardieu, quase irreconhecível) continua a ser um trabalhador revoltado. Estes dois homens são as classes sociais divididas da Itália.
Independentemente de serem amorosamente filmados, estes quarenta e cinco anos de conflito entre aristocratas e trabalhadores rurais raramente contêm alguma felicidade; a realidade destrói qualquer alegria que acidentalmente levante a cabeça.
É o excepcional elenco como Robert De Niro, Gérard Depardieu, Dominique Sanda ou Francesca Bertini que tramsforma esta experiência de simplismo político numa sensacional experiência cinematográfica. Aconselho vivamente ver esta polémica película de Bernardo Bertolucci.
1 Comments:
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