sexta-feira, novembro 10, 2006

País a meio gás

Entre hoje e amanhã quem tiver que tratar de assuntos com os serviços públicos, pode ter que alterar os planos, isto porque a greve da função pública (que de público tem pouco) põe o país a trabalhar a meio gás.
Queixam-se estes senhores, da mobilidade de funcionários, da extinção de serviços, da contenção salarial e sabe-se lá mais o que. Pois é senhores funcionários públicos, o tempo das vacas gordas já lá vai. Querem ter melhores condições e serem melhor remunerados, então produzam mais e trabalhem mais.
Uma das coisas que mais me intriga, é que as greves impreterivelmente são sempre próximas do fim-de-semana. Coincidência? Não me parece. É esta a democracia que herdamos do 25 de Abril – em que se faz greve com o objectivo de gozar um fim-de-semana prolongado – a máquina do estado a cada ano que passa, está mais “gorda” (800 000 funcionários públicos). Portugal é o país da Europa com mais greves por ano – isto fruto dos sindicatos e extremistas de esquerda de bolso – o que é bastante significativo dos resquícios do 25 de Abril.
Estes senhores (que nos atendem com a pior cara do mundo, como se tivéssemos culpa das suas (deles) frustrações e que nem ao bom-dia se dignificam a responder) esquecem-se que são pagos a peso de ouro (relativamente às horas extraordinárias), que tem um emprego vitalício (o que hoje é difícil), têm ADSE (sistema se saúde dos funcionários do Estado), um horário óptimo, têm direito à reforma mais cedo que um “funcionário privado” e as suas reformas serão consoante o ultimo vencimento, etc.… (a lista facilmente se alongaria)
Mas não satisfeitos com todas estas regalias, estes senhores decidem parar o país. Hospitais quase parados, crianças sem aulas (então os professores e a FENPROF que tanto zelam pelos alunos, agora não se importam de os prejudicar), tribunais a meio gás, repartições de finanças em igual estado, transportes púbicos quase parados, etc. (como compreendem a lista também facilmente se alongaria).
Pois bem, a solução passa por privatizar, privatizar, privatizar. Só assim teremos, uma função (privada) de qualidade. Acabe-se com os fantasmas do 25 de Abril (e já agora com esta constituição socialista). Acabe-se com o Estado protector e paternalista. Baixem os impostos e incentivem o investimento privado.